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Friday, June 08, 2007

Culpa


Acostume-se. Esta palavrinha vai, cada vez mais, fazer parte do seu vocabulário e do seu dicionário. Primeiro é por assumirmos o bebê sem o pai. Nos sentimos culpadas por termos escolhido a pessoa errada, ou por termos feitos escolhas erradas, ou por não estarmos dando aos nossos filhos a possibilidade de viver em um lar onde o papai e a mamãe se amam. Nos sentimos culpadas por trabalhar demais e ficarmos muito cansadas, por nos estressar (“Prejudica o bebê!”) e por não termos dinheiro suficiente para aquele berço caríssimo e lindo.

Passamos noites em claro pensando se seremos mesmo capazes de cuidar de um bebê, se teremos capacidade para educá-lo sozinhas, se seremos mesmo boas mães. E nos sentimos inseguras e um pouco tristes, porque a culpa (de novo ela) faz com que as coisas pareçam tão difíceis. Afinal, tudo está fora do “padrão”.

E, para completar, abrimos as revistas sobre bebês, lemos livros sobre cuidados infantis e procuramos páginas na internet. Em todos os lugares está aquela palavrinha terrível: papai. “O papai pode ajudar fazendo massagem”, “O papai pode te acompanhar no pré-natal”, “Peça ao papai para comprar aquele doce que você adora”, “Você e o papai vão escolher o nome da criança”. Aí você se pergunta: “onde será que eu errei???”.

Mas não acaba por aí. Na primeira vez em que seu filho chora 24 horas seguidas por causa de cólicas, você vai até o pediatra no meio da madrugada e dirige até lá chorando, se sentindo super mal por achar que pode ser culpa sua. “Ai, eu não sei cuidar do meu filho direito!”. E, novamente nos livros: “O papai pode ajudar dando o remedinho, trocando as fraldas, dando banho”, “Peça ao papai para dar uma voltinha com o bebê na pracinha”. Isso sem contar as vezes em que os outros tentarão fazer com que se sinta culpada!

Só que, aos poucos, você vai percebendo que as coisas são mais simples do que parecem. O primeiro banho parecia que seria o fim do mundo. Como dar banho naquela coisa tão molinha?!?! Mas você supera e fica craque em segurá-lo com uma mão só. O primeiro passeio parecia que nunca iria acontecer. “Como é que eu vou descer e subir o meio fio???”. Aí você supera e desce até escadarias! A primeira viagem você pensa: só com 6 meses, quando ele souber sentar. Aí, com 1 mês, está você, de mala e cuia (e bota mala nisso), naquela cidadezinha perto da sua, porque você não aguenta mais ficar em casa com o bebê. E descobre que o bebê se comporta muito mais quando está na rua. E que você não precisa ficar enjaulada o tempo todo!

E você descobre que realmente poderia ser melhor se o “papai” estivesse lá pra ajudar. Mas que você se virou maravilhosamente bem e que está pronta para os próximos desafios.

Para terminar, transcrevo uma parte do livro “Como Não Ser a Mãe Perfeita”, de Libby Purves:

“Só resiste totalmente ao sentimento de culpa quem se torna a John Wayne da maternidade: durona, sem papas na língua, confiante e desafiadora. A mamãe fora-da-lei, que traça seu próprio destino. Ou então você pode dar uma boa olhada em seu filho e perceber que, apesar dos muitos ´defeitos’ de sua conduta, ele está perfeitamente bem. Ele gosta de você. Nesse momento está razoavelmente limpo e não muito faminto. Aceita bem a vida e as circunstâncias.”

1 comentários:

Mãezinha Autônoma said...

Agradeço a vc pelas palavras de conforto... pq quem passa por isso sabe o que significa. Gostaria muito que visitasse meu blog. obrigada. Erica